SOS PLANETA TERRA
Desde 27 de Maio de 2003 há uma instrução normativa
do Ministério do Meio Ambiente com uma lista oficial das espécies da fauna
brasileira ameaçadas de extinção (considerando apenas os seguintes grupos de
animais: anfíbios, aves, invertebrados terrestres, mamíferos e répteis).
Todavia essa lista foi atualizada no dia 17 de dezembro de 2014, no auditório
do ICMBio, a Ministra Izabella Teixeira assinou as portarias que instituem as
novas listas nacionais de espécies ameaçadas de extinção. Houve de fato um
aumento significativo entre as espécies ameaçadas de extinção.
Nesta ultima lista de 2014 já com os números atualizados houve um
aumento bem significativo no numero de espécies, entre elas estão os répteis
que também integram a lista de ameaçados de extinção, estes praticamente quadruplicaram em relação ao ano de 2003, agora são aproximadamente 80 espécies
ameaçadas. Desta lista destacam-se sete répteis que estão em perigo crítico
(CR), são essas a Tartaruga-de-pente, tartaruga-de-couro, cágado-de-hogei,
papa-vento-da-chapada,lagartinho- branco-da-areia, jararaca-de-alcatrazes e a
jararaca-ilhôa.
Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata)
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Eretmochelys imbricata |
.Distribuição: entre as tartarugas marinhas esta é a mais tropical e está distribuída
entre os mares tropicais e por vezes subtropicais, essa bela tartaruga
geralmente pode ser vista nas praias no México, Cuba, Jamaica, República Dominicana, Indonésia e outras
ilhas dos oceanos Pacífico e Índico, tendo preferência por recifes de coral e
águas costeiras rasas, mas pode ser encontrado ocasionalmente em águas mais
profundas.
.Tamanho e peso: mede em torno de 80 a 100 cm de comprimento e pode chegar até 100 kg.
.Dieta: preferem crustáceos como lulas e camarões,
além de esponjas e anêmonas; a cabeça e o bico estreitos
permitem buscar o alimento nas fendas dos recifes de corais.
.Estimativa de população no
mundo: A população global de
fêmeas em desova anual foi estimada em cerca de 22.900 pessoas (de
acordo com estimativas apresentadas em relatórios e publicações).
.Por que está ameaçada de extinção no Brasil?
No passado foi a coleta de ovos e o abate de fêmeas, o casco também era
muito comercializado, hoje em dia com o aumento da ocupação desordenada da zona
costeira e a pesca predatória utilizando
redes costeiras de emalhe e lagosteira, as tartarugas são capturadas
incidentalmente. Historicamente, a abundância desses animais era enorme. Embora
se tenha observado um aumento no numero de ninhos da população nos últimos
anos, no entanto, apesar de promissora, acredita-se que essa recuperação é
insignificante em relação ao tamanho populacional no passado.
Tartaruga-de-couro (Dermochelys
coriacea)
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Dermochelys
coriacea |
.Distribuição: todos os oceanos tropicais e temperados do mundo.A única área regular
de desova conhecida no Brasil situa-se no litoral norte do Espírito Santo.
.Tamanho e peso: em média pode-se encontrar tartarugas de até 182cm de comprimento curvilíneo de carapaça, mas já foram
encontradas no mundo de 2,56m de comprimento de carapaça. Podem pesar até
700kg; a mais pesada encontrada no mundo tinha 916kg.
.Dieta: A dieta é composta por zooplâncton gelatinoso, como celenterados,
pyrossomos e salpas.
.Estimativa mundial da população: 35. 800 fêmeas em idade reprodutiva.
.Por que está ameaçada de extinção no Brasil?
A espécie apresenta ciclo de vida longo com maturação sexual entre 24,5
e 29 anos, valor estimado para a população que desova no Atlântico norte. É uma
espécie altamente migratória. As fêmeas migram das áreas de alimentação e
descanso para as áreas de reprodução, em deslocamentos que podem chegar até
mais de 4.000 km. A pesca predatória e o
uso de redes de pesca no litoral brasileiro contribuem para a diminuição da
população dessa espécie.
Cágado-de-hogei (Mesoclemmys hogei)
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Mesoclemmys hogei |
.Distribuição: quelônio
dulcícola que é encontrado no Brasil somente na bacia do rio Paraíba do Sul,
até o rio Itapemirim, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Geais e Espírito
Santo. Sua extensão de ocorrência calculada é de 32.012,32 km2.
.Tamanho e peso: em média
28 cm de comprimento. Maior tamanho encontrado
38cm para macho e 30 cm para fêmea. Peso máximo encontrado foi de 3,50 kg,
sendo que o peso médio é de 2,10 kg para
fêmeas e 1,92 kg para machos.
.Dieta: seus hábitos alimentares são pouco conhecidos, mas
há registro que em cativeiro alimentam-se de carne e peixes.
.Por que
está ameaçado de extinção no Brasil?
Estimativas da tendência populacional entre
1992-2010 indicam que esta subpopulação sofreu acentuada redução populacional,
em média, 16,2% ao ano. Nenhuma ação de conservação foi implementada, de modo
que essa tendência deve ser mantida, o que gera a previsão de que, em
aproximadamente sete anos, a população do cágado-de-hogei esteja localmente
extinta. Apesar dos estudos sobre a espécie serem escassos na maior parte da
sua área de distribuição, suspeita-se que devido à degradação do rio Paraíba do
Sul está sendo considerada uma das mais degradadas no Brasil, devido,
especialmente, ao desmatamento e a forte expansão demográfica.
Papa-vento-da-chapada (Enyalius erythroceneus)
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Enyalius erythroceneus |
.Distribuição: o
camaleãozinho Enyalius erythroceneus
é endêmico do Brasil, com registros somente no estado da Bahia, no município de
Mucugê. É conhecida de três localidades, em áreas de floresta estacional
semidecidual e campo rupestre.
.Tamanho: pode chegar
até 30 cm com a calda.
.Dieta: pequenos
invertebrados
.Por que
está ameaçado de extinção no Brasil?
A área que este camaleãozinho
ocupa sofre com incêndios periódicos, intensa agricultura com irrigação e
turismo acelerado e desordenado, causando a fragmentação severa do ambiente e
da população da espécie (interrupção do fluxo gênico entre as subpopulações),
assim como, declínio da qualidade do habitat.
Jararaca-de-alcatrazes
(Bothrops alcatraz)
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Bothrops alcatraz |
.Distribuição: Ilha dos Alcatrazes, litoral Norte de São Paulo,
ao largo de São Sebastião. Sua extensão de ocorrência equivale à área da ilha
que é de 1,71 km² e certamente sua área de ocupação é ainda menor, pois a
espécie só ocorre na área florestada.
.Tamanho: o adulto não
passa de 50 cm.
.Dieta:
invertebrados, sobretudo lacraias e centopeias, e pequenos anfíbios.
.Por que
está ameaçada de extinção no Brasil?
A ilha foi
considerada uma localização, cuja principal ameaça à espécie são os incêndios
que causam a perda de hábitat (destruição das florestas) e dão abertura para o
avanço da vegetação exótica invasora, causando também declínio continuado da
área e da qualidade do hábitat.
Além das espécies mencionadas ainda existem o lagartinho-branco-da-areia
e a Jararaca-ilhôa que estão na lista do Ministério do Meio ambiente como
espécies criticamente em perigo (CR)
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(A) Liolaemus lutza. (B) Bothrops insularis |
O lagartinho-branco-da-areia (Liolaemus lutza) é endêmico
do estado do Rio de Janeiro, Brasil, ocorre em uma faixa de areia de cerca de
200 km. Sua maior ameaça ocorre devido à urbanização, especulação imobiliária,
substituição da vegetação nativa por espécies exóticas (gramíneas), retirada da
vegetação para construção de quiosques e quadras esportivas e implantação de
portos.
A Jararaca-ihôa (Bothrops insularis) é endêmica do
Brasil, da Ilha da Queimada Grande, próxima à costa dos municípios de Itanhaém
e Peruíbe, no litoral sul do estado de São Paulo. A ilha foi considerada uma
localização, cuja principal ameaça à espécie é a captura ilegal contínua de
indivíduos maduros provavelmente para o mercado negro de espécies exóticas.
Referências:
._______ Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) . Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/ran/quem-somos.html. Acesso em 04 de Abril de 2015;
._______ Organization for the Sea Turtles. Disponível em: http://tartarugasmarinhas.com/content/atm. Acesso em 03 de Abril de 2015;
._______ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira. Acesso em 03 de Abril de 2015;
._______ Ministério do Meio ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biodiversidade/especies-ameacadas-de-extincao/fauna-ameacada. Acesso em 04 de Abril de 2015;