Jaçanã do norte é a ave com os dedos mais longos

 ANIMAL WORLD

  A jaçanã do norte (Jacana spinosa) tem um corpo marrom escuro com uma cabeça e pescoço preto, com 23 cm de altura e dedos surpreendentes, com 11,5 cm de largura e 14 cm de comprimento. Para se ter uma ideia de comparação, é como se um homem de 1,80 m de altura tivesse pés com 90 cm de largura e 1,10 m de comprimento.

Esta bela ave habitante do México e América Central é chamada de “pássaro de Jesus Cristo” por causa de sua habilidade em andar sobre as águas. Os seus dedos longos lhes permitem caminhar sobre a vegetação flutuante nas lagoas rasas, que são o seu habitat preferido. Assim, ela passa parte de sua vida em regiões alagadiças, sem a concorrência de outras aves que não têm pés tão grandes quanto os seus.
A jaçanã do norte se alimenta de insetos na superfície da vegetação, caracóis, vermes, pequenos caranguejos, peixes, moluscos, e sementes.
Outra curiosidade desse animal é que esta ave vive em uma sociedade poliândrico, ou seja, a fêmea tem vários parceiros, em média uns quatro machos, que ocupam diferentes territórios. No período reprodutivo a fêmea copula diversas vezes com todos eles, e depois que põe os ovos, ela escolhe um dos machos, e este cuidara dos ovos e dos filhotes quando nascerem. Além disso, o macho também defenderá os filhotes de qualquer ameaça.
 Referências:
CARWARDINE M. Natureza Radical: o livro dos recordes das plantas e dos animais; tradução de Márcia Frazão. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. 
Northern Jacana (Jacana spinosa). Birds.com. Disponível em: http://www.birds.com/species/k-o/northern-jacana/. Acesso em 25 de Abril de 2015

O uso da vermicompostagem na agricultura



  Campo Ecológico 

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Vermicompostagem
Uma pratica excelente de correção e manejo adequado ao solo, principalmente em pequenas propriedades, é o uso de compostagem, entre elas destaca-se a vermicompostagem, que é o composto produzido na forma de coprólitos de minhocas, ou húmus de minhoca.
Embora a compostagem seja uma prática antiga, a vermicompostagem foi desenvolvida mais recentemente e tem despertado muito interesse por ser uma tecnologia de baixo custo e facilmente adaptável à pequena produção.(AQUINO, et al., 1997).
No meio urbano tem se visto uma crescente demanda desta prática, e Cuba segue essa tendência, pois são produzidos milhões de toneladas de húmus de minhocas em todo país por ano.
Existem dois grupos de minhocas que podem ser utilizadas com esta finalidade, as espécies Eisenia foetida e Eudrilus eugeniae, conhecidas, respectivamente, como minhoca-vermelha-da-califórnia e minhoca-de-esterco ou minhoca-noturna-africana, são amplamente utilizadas na vermicompostagem, porque além de alimentarem-se de resíduos orgânicos semicrus, têm alta capacidade para proliferarem e apresentam crescimento muito rápido (NEUHAUSER et al., 1979, 1980;)
É mais comum a utilização da minhoca californiana (Eisenia foetida), assim chamada porque foram os agricultores deste estado norte-americano que começaram a criá-la comercialmente. A sua vantagem em relação à minhoca-noturna-africana é por adaptar-se melhor ao cativeiro.
Outra coisa importante sobre as minhocas é que elas são hermafroditas, o que significa que cada indivíduo apresenta órgão reprodutor masculino e feminino. No entanto, necessitam de dois indivíduos para que ocorra a reprodução.
A qualidade nutricional do resíduo orgânico também é importante, influenciando a taxa de alimentação das minhocas. O substrato adequado para as minhocas possibilita que possam ingerir ¼ do seu próprio peso diariamente (HARTENSTEIN, 1981).
O esterco bovino representa boa fonte de alimentos para as minhocas, e para elaborar um resíduo de qualidade e de baixo custo o ideal é misturar o esterco bovino com outros materiais, como por exemplo, o bagaço de cana-de-açúcar, estudos mostram que o bagaço promove maior número de minhocas jovens e sobrevivência das adultas do que em esterco bovino puro (AQUINO et al., 1994).

Como se faz o canteiro?
 Para produzir a vermicompostagem para ser utilizado pelo próprio agricultor, deve se partir do material mais simples possível. No máximo algumas tábuas velhas que servem para escorar o material, evitando que este se espalhe muito.
Considerando-se que as minhocas utilizadas se deslocam preferencialmente
na horizontal, os canteiros devem ter no máximo 40 cm de altura. O comprimento pode variar em função da disponibilidade do material e a largura deve ter no máximo de 1 m, para facilitar o manejo do canteiro. Os canteiros devem ter drenagem, ou seja, escoamento de água suficiente para que a mesma não se acumule no fundo.
Por último coloca-se palha seca, espera alguns dias para aquecer e começar a esfriar e, então, se espalham as minhocas. A cobertura de palha é importante porque a minhoca não gosta de luz, e precisa ser protegida da incidência direta do sol.
Além do uso de palha, pode ser usado também telhas de amianto, plástico, sapé, folha de bananeira ou outros materiais disponíveis, e tem por fim evitar o excesso de água da chuva, que acarreta na lixiviação de alguns nutrientes do substrato.

 
Preparo do canteiro.

Como se usa a vermicompostagem e quais as suas principais características?
 O "húmus" é facilmente reconhecido pelo seu bom aspecto e odor: É como "terra de mato". Para o uso cotidiano do agricultor não é necessário secar ou peneirar. O material pode ser levado ao campo ainda que não esteja completamente digerido pelas minhocas. O agricultor não deve se preocupar se algumas minhocas forem levadas juntamente com o material.
O húmus representa excelente condicionador do solo, favorecendo especialmente a melhoria das propriedades físicas do solo (agregação das partículas do solo, infiltração de água, etc.).
Entretanto, o processo de vermicompostagem altera quantitativamente e qualitativamente a composição das substâncias húmicas dos materiais orgânicos, favorecendo a formação da matéria orgânica estabilizada, tornando a mineralização mais lenta e a liberação de nutrientes mais gradual (ALMEIDA,1991), não atendendo à expectativa de quem busca a aplicação do vermicomposto apenas para o rápido fornecimento de nutrientes.
Por sua vez, devido ao elevado conteúdo de hormônios de crescimento vegetal, enzimas e microrganismos, aumenta a produção e o vigor das plantas, principalmente de hortaliças (TOMATTI et. Al., 1987).
  Referências:
ALMEIDA, D. L. de. Contribuição da matéria orgânica na fertilidade do solo.1991. 188p. Tese (Doutorado)– Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Itaguaí, RJ, 1991.
AQUINO, A. M. de. Agricultura urbana de Cuba: análise de alguns aspectos
técnicos. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2002. 25 p. (Embrapa Agrobiologia.Documentos, 160).
AQUINO, A. M. de; ALMEIDA, D. L. de; FREIRE, L. R.; DE-POLLI, H. Reprodução de minhocas (Oligochaeta) em esterco bovino e bagaço de cana-de-açúcar. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 29, n. 2., p. 161-168, 1994.
AQUINO, A. M. de; DE-POLLI, H.; ASSIS, R. L. de. Globo Rural – oportunidade para levantamentos de demandas de pesquisas e difusão de tecnologias: um estudo de caso. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 34, p. 42-53, 1997.
HARTENSTEIN, R. Use of Eisenia foetida in organic recycling based on laboratory experiments. WORKSHOP ON THE ROLE OF EARTHWORMS IN THE STABILIZATION OF ORGANIC RESIDUES, 1981, Michigan. Proceedings... Michigan: Beech Leaf Press,1981. v. 1. p. 155-166.

Répteis mais ameaçados de extinção no Brasil

SOS PLANETA TERRA

Desde 27 de Maio de 2003 há uma instrução normativa do Ministério do Meio Ambiente com uma lista oficial das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção (considerando apenas os seguintes grupos de animais: anfíbios, aves, invertebrados terrestres, mamíferos e répteis). Todavia essa lista foi atualizada no dia 17 de dezembro de 2014, no auditório do ICMBio, a Ministra Izabella Teixeira assinou as portarias que instituem as novas listas nacionais de espécies ameaçadas de extinção. Houve de fato um aumento significativo entre as espécies ameaçadas de extinção.
Nesta ultima lista de 2014 já com os números atualizados houve um aumento bem significativo no numero de espécies, entre elas estão os répteis que também integram a lista de ameaçados de extinção, estes praticamente quadruplicaram em relação ao ano de 2003, agora são aproximadamente 80 espécies ameaçadas. Desta lista destacam-se sete répteis que estão em perigo crítico (CR), são essas a Tartaruga-de-pente, tartaruga-de-couro, cágado-de-hogei, papa-vento-da-chapada,lagartinho- branco-da-areia, jararaca-de-alcatrazes e a jararaca-ilhôa.

Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata)
 
Tartaruga-de-pente - eretmochelys imbricata flutua debaixo d'água. recife  de corais do oceano índico das maldivas. | Foto Premium
Eretmochelys imbricata
.Distribuição: entre as tartarugas marinhas esta é a mais tropical e está distribuída entre os mares tropicais e por vezes subtropicais, essa bela tartaruga geralmente pode ser vista nas praias no México, Cuba, Jamaica, República Dominicana, Indonésia e outras ilhas dos oceanos Pacífico e Índico, tendo preferência por recifes de coral e águas costeiras rasas, mas pode ser encontrado ocasionalmente em águas mais profundas.
.Tamanho e peso: mede em torno de 80 a 100 cm de comprimento e pode chegar até 100 kg.
.Dieta: preferem crustáceos como lulas e camarões, além de esponjas e anêmonas; a cabeça e o bico estreitos permitem buscar o alimento nas fendas dos recifes de corais.
.Estimativa de população no mundo: A população global de fêmeas em desova anual foi estimada em cerca de 22.900 pessoas (de acordo com estimativas apresentadas em relatórios e publicações).
.Por que está ameaçada de extinção no Brasil?
 No passado foi a coleta de ovos e o abate de fêmeas, o casco também era muito comercializado, hoje em dia com o aumento da ocupação desordenada da zona costeira e a pesca  predatória utilizando redes costeiras de emalhe e lagosteira, as tartarugas são capturadas incidentalmente. Historicamente, a abundância desses animais era enorme. Embora se tenha observado um aumento no numero de ninhos da população nos últimos anos, no entanto, apesar de promissora, acredita-se que essa recuperação é insignificante em relação ao tamanho populacional no passado.


Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea)
Dermochelys coriacea

.Distribuição: todos os oceanos tropicais e temperados do mundo.A única área regular de desova conhecida no Brasil situa-se no litoral norte do Espírito Santo.
.Tamanho e peso: em média pode-se encontrar tartarugas de até 182cm de comprimento curvilíneo de carapaça, mas já foram encontradas no mundo de 2,56m de comprimento de carapaça. Podem pesar até 700kg; a mais pesada encontrada no mundo tinha 916kg.
.Dieta: A dieta é composta por zooplâncton gelatinoso, como celenterados, pyrossomos e salpas.
.Estimativa mundial da população: 35. 800 fêmeas em idade reprodutiva.
.Por que está ameaçada de extinção no Brasil?
 A espécie apresenta ciclo de vida longo com maturação sexual entre 24,5 e 29 anos, valor estimado para a população que desova no Atlântico norte. É uma espécie altamente migratória. As fêmeas migram das áreas de alimentação e descanso para as áreas de reprodução, em deslocamentos que podem chegar até mais de 4.000 km.  A pesca predatória e o uso de redes de pesca no litoral brasileiro contribuem para a diminuição da população dessa espécie.


Cágado-de-hogei (Mesoclemmys hogei)
Mesoclemmys hogei
.Distribuição: quelônio dulcícola que é encontrado no Brasil somente na bacia do rio Paraíba do Sul, até o rio Itapemirim, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Geais e Espírito Santo. Sua extensão de ocorrência calculada é de 32.012,32 km2.
.Tamanho e peso: em média 28 cm de comprimento. Maior tamanho encontrado 38cm para macho e 30 cm para fêmea. Peso máximo encontrado foi de 3,50 kg, sendo que o peso médio  é de 2,10 kg para fêmeas e 1,92 kg para machos.
.Dieta: seus hábitos alimentares são pouco conhecidos, mas há registro que em cativeiro alimentam-se de carne e peixes.
.Por que está ameaçado de extinção no Brasil?
Estimativas da tendência populacional entre 1992-2010 indicam que esta subpopulação sofreu acentuada redução populacional, em média, 16,2% ao ano. Nenhuma ação de conservação foi implementada, de modo que essa tendência deve ser mantida, o que gera a previsão de que, em aproximadamente sete anos, a população do cágado-de-hogei esteja localmente extinta. Apesar dos estudos sobre a espécie serem escassos na maior parte da sua área de distribuição, suspeita-se que devido à degradação do rio Paraíba do Sul está sendo considerada uma das mais degradadas no Brasil, devido, especialmente, ao desmatamento e a forte expansão demográfica.

  Papa-vento-da-chapada (Enyalius erythroceneus)
Enyalius erythroceneus
.Distribuição: o camaleãozinho Enyalius erythroceneus é endêmico do Brasil, com registros somente no estado da Bahia, no município de Mucugê. É conhecida de três localidades, em áreas de floresta estacional semidecidual e campo rupestre.
.Tamanho: pode chegar até 30 cm com a calda.
.Dieta: pequenos invertebrados
.Por que está ameaçado de extinção no Brasil?
 A área que este camaleãozinho ocupa sofre com incêndios periódicos, intensa agricultura com irrigação e turismo acelerado e desordenado, causando a fragmentação severa do ambiente e da população da espécie (interrupção do fluxo gênico entre as subpopulações), assim como, declínio da qualidade do habitat.

Jararaca-de-alcatrazes (Bothrops alcatraz)
Bothrops alcatraz
.Distribuição: Ilha dos Alcatrazes, litoral Norte de São Paulo, ao largo de São Sebastião. Sua extensão de ocorrência equivale à área da ilha que é de 1,71 km² e certamente sua área de ocupação é ainda menor, pois a espécie só ocorre na área florestada.
.Tamanho: o adulto não passa de 50 cm.
.Dieta: invertebrados, sobretudo lacraias e centopeias, e pequenos anfíbios.
.Por que está ameaçada de extinção no Brasil?
A ilha foi considerada uma localização, cuja principal ameaça à espécie são os incêndios que causam a perda de hábitat (destruição das florestas) e dão abertura para o avanço da vegetação exótica invasora, causando também declínio continuado da área e da qualidade do hábitat.
 Além das espécies mencionadas ainda existem o lagartinho-branco-da-areia e a Jararaca-ilhôa que estão na lista do Ministério do Meio ambiente como espécies criticamente em perigo (CR)
(A) Liolaemus lutza. (B) Bothrops insularis

O lagartinho-branco-da-areia (Liolaemus lutza) é endêmico do estado do Rio de Janeiro, Brasil, ocorre em uma faixa de areia de cerca de 200 km. Sua maior ameaça ocorre devido à urbanização, especulação imobiliária, substituição da vegetação nativa por espécies exóticas (gramíneas), retirada da vegetação para construção de quiosques e quadras esportivas e implantação de portos.
A Jararaca-ihôa (Bothrops insularis) é endêmica do Brasil, da Ilha da Queimada Grande, próxima à costa dos municípios de Itanhaém e Peruíbe, no litoral sul do estado de São Paulo. A ilha foi considerada uma localização, cuja principal ameaça à espécie é a captura ilegal contínua de indivíduos maduros provavelmente para o mercado negro de espécies exóticas.
 Referências:
Bour, R.; Zaher, H.. (2005). "A new species of Mesoclemmys, from the open formations of Northeastern Brazil (Chelonii, Chelidae)". Pap. Avul. Zool. 45 (24): 295-311. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0031-10492005002400001&script=sci_arttext. Acesso em 04 de Abril de 2015;
._______ Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) . Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/ran/quem-somos.html. Acesso em 04 de Abril de 2015;
._______ Organization for the Sea Turtles. Disponível em: http://tartarugasmarinhas.com/content/atm. Acesso em 03 de Abril de 2015;
._______ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira. Acesso em 03 de Abril de 2015;
._______ Ministério do Meio ambiente. Disponível em:  http://www.mma.gov.br/biodiversidade/especies-ameacadas-de-extincao/fauna-ameacada. Acesso em 04 de Abril de 2015;